Desde pequena quando nem imaginava o que era ser
feminista eu já tinha uma ideia “Girl Power” desse mundo, e já questionava (e
até uma maneira chata) porque dos conceitos de menino pode e eu não, e mesmo
com os meus 3, 4 anos ficava irada ao ver e ouvir algumas coisas como: “você
tem que usar rosa”, “veste uma blusa”, “porque essa roupa solta?” e outras
bobagens desse nível.
Hoje percebo que ao invés de melhorar, tudo vem
piorando, você é julgada pelo tamanho da roupa que usa, da maquiagem que faz,
como e com quem e quantas pessoas se envolve, pela forma de se expressar e
impor sua opinião, e o mais triste disto tudo é ver que muitas mulheres
tornam-se submissas do machismo e são machistas, apontam outras como se
tivessem um pênis no meio das pernas e mostrando (pseudo) defeitos de caráter
no ser o que se é de verdade. O que lamento é saber que uma mulher ao se
mostrar forte, politicamente engajada, de conceitos firmes é taxada de radical,
e nos chamam de feministas como se isso fosse um xingamento, fico com dó de um
ser que ao me tratar assim pensa que me torna menos que ele(a), e sem esquecer
das lésbicas, que ao se assumirem a grande massa as vê e denota como doentes, e
se forem intelectualizadas só piora: “tão inteligente e é sapatão” (com o
perdão da expressão), ou mesmo se caracterizadas por beleza: “tão linda e gosta
de mulher, que desperdício”, amigos, o que os levam a crer que para ter uma
opção sexual diferente temos de ser feias, e isso imposto por um padrão de beleza
que não corresponde com a grande parte de nós, ou mesmo burras, sem noção de
informação global, política, economia e social em si?(!)
Quando ainda criança achava um absurdo – e ainda
acho – o uso do sutiã, e me perguntava onde haviam escrito que para ser uma
adulta de respeito eu deveria usar essa peça, e porque eu não poderia andar sem
camisa, e o ponto que mostraria o desrespeito em mostrar meu corpo, afinal ele
era meu e ninguém deveria se meter no que quero vestir ou exibir. Dentro dessa
questão me causa um choque eterno é a maneira como alguns homens enxergam o
direito de abusar verbalmente e sexualmente de toda e qualquer mulher, e por
motivos variados, seja pela roupa, pelo que faz, fala... porém quando se é
alguém das suas famílias eles as veem de uma forma diferente, seres imaculados
e que devem ser protegidas, ora, quando algumas cabeças masculinas e machistas
vão nos perceber como iguais?
O orgulho que carrego está SIM dentro da minha calcinha, e o
respeito também, e não há de ser a minha genitália que vai lhe dar o direito de
falar e julgar o que sou ou como deveria ser. E quem sabe um dia ‘calcinhas e
cuecas’ vão se misturar como semelhantes?
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