quarta-feira, 20 de março de 2013

Kikas, Theodoros (...)

Uma das coisas mais lindas que se pode aprender-se na vida começa na infância: amizade e lealdade, e eu consegui captar esses sentimentos desde que nasci, e graças a minha mãe e os cachorros com quem convivi ainda muito pequena. Não me recordo, afinal, eu só tinha alguns meses de vida, mas meu primeiro pet era a Kika, uma vira-lata, todos em casa eram apaixonados por ela, e vejo isso no falar da minha vó, pai, e mãe toda vez que recordam dela, nas fotos eu percebo o porque, ela era toda branquinha, e muito pequena, e tinha a cabeça toda preta com uma mancha clara em volta de um dos olhos! Sabe o mais lindo? Todos me contam que apesar dos meu pouco tempo, toda vez que a via, eu sorria, mostrava minha bela gengivinha, como se já entendesse o carinho único que um animal pode proporcionar... infelizmente pouco tempo depois Kika morreu dando a luz, ela e os filhotes não resistiram, meu pai conta que chovia muito, e a cachorrinha havia se isolado de todos naquele dia, era como se já soubesse que o fim estava chegando.
Alguns anos depois, eu com meus 3, 4 anos, apareceu na minha rua uma outra fofinha, era linda, mas muito magrela, e engraçada, tinha a cara de pau mais "lustrada" do mundo canino, todos da rua eram um pouco donos dela, porém a casa preferida sempre foi a minha, acabei dando um nome pra ela, Dedela (mistura de cadela com magrela, deu Dedela), próximo do meio dia quem havia pulado o muro e estava no corredor, na porta da cozinha? Dedela, magrinha como só, mas comia o mundo em cada refeição, eu não entendia como uma cachorrinha que se alimentava tanto podia ter aquele corpinho fininho, eu amava aquela "sem vergonha", até hoje guardamos fotos dela e boas lembranças... um dia ela não apareceu mais, nem eu, nem ninguém da rua soube o que aconteceu com ela, já o amor ficou, e bem guardadinho!
Alguns anos passaram, e eu fiquei com um vazio no peito, e todo cão que eu via, há, era meu... só que em uma certa manhã de páscoa, uma gatinha surgiu nos fundos da minha casa, era preta e branca, linda, me encantei no mesmo instante em que ela se esfregou nas minhas pequenas pernas, chamei a famíla e todos nós decidimos: a partir daquele instante ela seria nossa, vivemos bem uns 3 meses na companhia de Pintada (outro nome nada original e infantil dado por mim), um tempo se passou, ela decidiu ir embora, vi ela pulando o muro, e esperei, esperei, ela sempre voltava, mas não voltou, e lá estava eu: chorosa mais uma vez com o "Adeus" de uma amiguinha!
Entre meus 6, 7 anos, ganhei outro cachorrinho, era tão feioso o coitado, estranho, mas foi amor, ah foi, a amiga da minha mãe me trouxe ele uma noite fria de abril em meio a uma chuvarada daquelas, e eu quando o peguei no colo e levei a primeira lambida tive uma certeza: "É ele, o meu mais novo ETERNO amigo!", ele fez parte dos meus melhores momentos e os piores, jamais vou deletar da cabeça o dia que voltei do hospital depois de algum tempo internada e operada, eu faria 8 anos alguns meses depois, e junto ganharia uma irmã, minha mãe estava grávida de 6/7 meses... Mickey era o nome desse "anjo" de 4 patas, e sabem o melhor? De todos os filhotes daquela ninhada ele o mais feio tinha se tornado o mais lindo, todos se encantavam com a beleza, o respeito e obediência que tinha por nós, e a amizade que havia entre eu e ele, Mickey viveu 13 anos comigo, e foram os mais lindos e amorosos que uma criança e adolescente podia ter... certo dia, após seu último aniversário, ele começou a reagir de forma estranha, já estava meio acima do peso, e com alguns tumores nas patinhas, mas a piora foi repentina, uma semana de choro, e desespero, era como seu visse em seu olhar um adeus cheio de amor e obrigado pela vida e carinho que eu tinha dado para ele, em uma manhã daqueles dias fui até a escola com o coração apertado, era 2007, eu havia dito para uma amiga: "Não sei, é estranho, parece que quando eu voltar ele não vai mais estar lá!", pronto, foi o dito e acontecido, quando retornei ele não estava mais na minha casa, suas coisas também, e os meus olhos nunca foram tão tristes...
Antes do Mickey morrer, creio que uns 8 meses antes, eu estava andando com a minha irmã mais nova e vi vários filhotes para adoção, e me apaixonei, foi aí que outro amor entrou pra história dos meus cães, era tão pequeno, desajeitado, quase não conseguia andar, todo amarelo, quase um tom de caramelo, esse seria Pufi, sim, Pufi, ele demorou para crescer, e era louco pelo Mickey, apesar desse não gostar muito da sua traquinagem tipica dos filhotes, mas sabe, não fui só eu que senti falta do velho, Pufi também sentiu, ele não comia, não queria água, e deitou-se onde o amigo costumava dormir, e assim foi durante muito tempo, até que a dor foi passando e memória se indo. O PUFI É LOUCO (haha), só para registrar, de todos os cães que tive ele sem dúvida é o que mais trabalho tem me dado, é amoroso como só, e hoje está GIGANTE, me derruba fácil com os seus "abraços" de urso, mas é um grande amor. Durante esse tempo, há exatamente 2 anos (quase 3), mais um desses amores adentrou meu coração, Theodoro (o nome condiz com o temperamento, ele acha que é gente e meu dono, haha), ele é um Yorkshire com uma pequena deficiência nas patas traseiras, e quando bebê não era meu, e sim de uma amiga da minha irmã Carolina, e por um acaso da vida hoje é meu, ele de todos é o amor mais forte, não que eu não amei os outros, mas com ele acontece uma cumplicidade que ninguém consegue explicar... quando chego da faculdade lá está ele no portão, e acreditem RINDO, sim, Theodoro ri, ao contrário dos outros, quando está feliz mostra os dentes, e furioso os esconde, é do contra ou não? Quando não estou em casa, a figura não deixa ninguém tocar nas minhas roupas, cama, e qualquer coisa que seja minha, como ele sabe o que é meu até hoje não descobri. Theodoro é um anjo, um amigo, um filho, um paceiro, pequeno no tamanho e gigante no amor (por sinal, agora ela está aqui do meu lado dormindo apoiado no notbook, haha), é isso, amor é a palavra de fato, define tudo isso sem sombra de dúvida!
Muitos outros peludinhos, ainda virão, outros grandes amores de 4 patas ... e eu agradeço a Deus todos os dias por ter colocado esses iluminadinhos nos meus caminhos!

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