domingo, 24 de março de 2013

Um monstro chamado eu!



Durante 22 anos eu sempre acreditei nos meus ideais, no que estava certo, só que o tempo foi passando e notei que “perdões” não veem com o amadurecimento, e sim um mundo cheio de obstáculos, poços fundos, baldes de água fria, arrependimentos e transformações enlouquecedoras, e que me tornaram um monstro, eu grito, choro e me descabelo, e depois de cinco minutos volto a ser a mais doce das criaturas na terra, é como se eu vivesse em uma TPM constante, e sem prazos para começar ou terminar, acabei criando uma nova mulher, mas que se perdeu ali na primeira esquina da minha nova vida de “gente grande”.
O primeiro passo para o abismo que me coloquei foi a faculdade, em um primeiro momento deixei a loucura da liberdade entrar em cada pedaço da minha cabeça infantil, é, eu tinha só 17 anos recém feitos, e tudo era lindo, encantador, e alguns poucos anos tudo foi se tornando amedrontador demais para eu compreender, aí eu fui tomando uns pileques com o destino, me envolvi com as dores e só fui perceber o que de fato estava acontecendo pouco depois, hoje mais precisamente. Sempre considerada pela família e amigos a “filinha da mamãe”, a “patricinha”, aquela prima que nunca precisou mexer um só músculo para ter o que queria, e todos levaram um susto estilo sexta feira 13 quando me viram crescer 40 anos em 1, e posso dizer que as coisas tomaram rumos não muito agradáveis: críticas, alguns insultos ditos no meio de brincadeiras (mas com aquele fundo de verdade), e eu mandei geral pra casa do “B(c)aralho”, porque tudo cansa, tudo esgota, e a minha paciência já andava nos limites de uma gigantesca corda bamba!
Por esses dias abri os olhos pela manhã e “PIMBA!”, eu já era uma adulta, com compromissos, e começaria a trabalhar, e todas essas coisas eram como um grande balão daqueles de balas nos aniversários, e a disputa para ver quem ficaria com mais doces.
Sabe, eu acabei criando um monstro, um enorme monstro, que usa salto alto, all star, e adora batom, e bons perfumes, e que atende pelo meu nome, é, sou eu, em dias de sol fico assustadora, e assustada, e nas manhãs nubladas viro uma pequena monstrinha de rabinho de cavalo e falando “BOO” pra vida!

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