Durante
22 anos eu sempre acreditei nos meus ideais, no que estava certo, só que o
tempo foi passando e notei que “perdões” não veem com o amadurecimento, e sim
um mundo cheio de obstáculos, poços fundos, baldes de água fria,
arrependimentos e transformações enlouquecedoras, e que me tornaram um monstro,
eu grito, choro e me descabelo, e depois de cinco minutos volto a ser a mais
doce das criaturas na terra, é como se eu vivesse em uma TPM constante, e sem
prazos para começar ou terminar, acabei criando uma nova mulher, mas que se
perdeu ali na primeira esquina da minha nova vida de “gente grande”.
O
primeiro passo para o abismo que me coloquei foi a faculdade, em um primeiro
momento deixei a loucura da liberdade entrar em cada pedaço da minha cabeça
infantil, é, eu tinha só 17 anos recém feitos, e tudo era lindo, encantador, e
alguns poucos anos tudo foi se tornando amedrontador demais para eu
compreender, aí eu fui tomando uns pileques com o destino, me envolvi com as
dores e só fui perceber o que de fato estava acontecendo pouco depois, hoje
mais precisamente. Sempre considerada pela família e amigos a “filinha da mamãe”,
a “patricinha”, aquela prima que nunca precisou mexer um só músculo para ter o
que queria, e todos levaram um susto estilo sexta feira 13 quando me viram
crescer 40 anos em 1, e posso dizer que as coisas tomaram rumos não muito
agradáveis: críticas, alguns insultos ditos no meio de brincadeiras (mas com
aquele fundo de verdade), e eu mandei geral pra casa do “B(c)aralho”, porque
tudo cansa, tudo esgota, e a minha paciência já andava nos limites de uma
gigantesca corda bamba!
Por
esses dias abri os olhos pela manhã e “PIMBA!”, eu já era uma adulta, com
compromissos, e começaria a trabalhar, e todas essas coisas eram como um grande
balão daqueles de balas nos aniversários, e a disputa para ver quem ficaria com
mais doces.
Sabe,
eu acabei criando um monstro, um enorme monstro, que usa salto alto, all star,
e adora batom, e bons perfumes, e que atende pelo meu nome, é, sou eu, em dias
de sol fico assustadora, e assustada, e nas manhãs nubladas viro uma pequena
monstrinha de rabinho de cavalo e falando “BOO” pra vida!
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